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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Platônico?


Quem nunca viveu um amor platônico, que atire a primeira pedra. Tantas projeções há em um coração apaixonado. E quantas expectativas se esperam do amado. O amor platônico só é amor porque é platônico. Se assim não fosse, nem sequer seria amor – seria amizade. O platônico não deseja, não sente não... ele apenas imagina. Imagina o amor e pelo imagético sustenta toda e qualquer hipótese. Não pede carne nem ao menos uma palavra, quer no mínimo olhar. Um olhar e assim, imaginar. O platônico é onírico, sonha e devaneia. Sim, é também redundante e de toda sua redundância sustenta seus pensamentos. Mas, quando de erótico se torna pornográfico, acaba-se também o amor, pois na verdade ele nunca existiu – foi doce fruto de uma criativa imaginação, que, de tanto imaginar, deixou de agir.

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